ERRO, de Machado de Assis. Foi um escritor brasileiro, considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos maiores senão o maior nome da literatura do Brasil.
ERRO
(1860)
Vous . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Qui des combats du coeur n’aimez que la victoire
Et qui revëz d’amour, comme on rève de glore,*
L’oeil fier et non voilé des pleurs. . . . . .
GEORGE FARCY
Erro é teu. Amei-te um dia Com esse amor passageiro Que nasce na fantasia E não chega ao coração;Nem foi amor, foi apenas Uma ligeira impressão;Um querer indiferente,Em tua presença vivo,Nulo se estavas ausente.E se ora me vês esquivo,Se, como outrora, não vês Meus incensos de poeta Ir eu queimar a teus pés,É que, — como obra de um dia,Passou-me essa fantasia.
Para eu amar-te devias Outra ser e não como eras.Tuas frívolas quimeras,Teu vão amor de ti mesma,Essa pêndula gelada Que chamavas coração,Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada Me conseguissem prender;Foram baldados tentames,Saiu contra ti o azar,E embora pouca, perdeste A glória de me arrastar
Ao teu carro...Vãs quimeras!Para eu amar-te devias Outra ser e não como eras...
Machado de Assis